Compartilhando experiências sobre pedal longo

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Você está se preparando para fazer um pedal longo, de 3 dígitos, e pensa em como ser eficiente e não “morrer” no final?

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Bem, vamos lá, após anos de experiência em vários “longões”, e com alguma bagagem depois desse tempo, me sinto à vontade para compartilhar minhas experiências – deixando claro que não são leis da verdade suprema, trata-se simplesmente de minhas experiências que podem funcionar para outras pessoas também.

Para início de conversa:
Sua bike está apta a fazer um trajeto longo?
Qual foi a última vez que a levou para uma revisão?
Um freio agarrando ou uma marcha desregulada após 90km criam um efeito psicológico desgastante que podem fazer você literalmente “quebrar” e não chegar ao fim do pedal.

Agora, vamos pensar no seu trajeto, como ele será?
Se tiver muitas cidades ou lugarejos que possuem comércio, seu estoque de alimento e água pode ser reduzido, já que um pouco de dinheiro e um cartão de crédito pesam menos (detalhe importante: não deixe de levar dinheiro em espécie, pois vários locais menores ainda não aceitam cartões).


Roupas leves no calor, e no frio sempre uma jaqueta corta vento para evitar a friagem, eu particularmente pedalo com camisa e calça segunda pele, tanto no verão quanto no inverno, pois mantém o equilíbrio da temperatura corporal, e te ajudam a sofrer menos com o sol do meio dia, ou ajudam a te aquecer nos momentos de frio. Cuidado com o efeito cebola… vai ter momentos em que você sentirá uma vontade enorme de tirar as roupas, mas lembre-se que quando não se tem casca, se desidrata mais rapidamente, sem contar que a marreta do Thor – traduzindo o Sol forte – te nocauteará facilmente.

Caramanhola de água ou Camelback? Eu prefiro o camelback, mas duas caramanholas também funcionam bem. Lembrando que não se deve esperar a sede chegar para beber água, hidrate-se sempre com poucas quantidades.


Paçoquinha, frutas secas ou gel? Independente do que vai levar pra comer, o importante é não esperar ficar com fome para comer, pois isso minará seu organismo.

Tire fotos, curta a paisagem, faça selfies, documente sua aventura. Ou você está pensando em fazer um longão e não ter história pra contar depois? Além disso, esses momentos servem para descontrair e também dar uma descansada, afinal o trajeto é longo.


O principal vilão no longão são os glúteos e o psicológico. Sim, depois de cento e poucos kms, tudo que você irá sentir é dor nos glúteos de tanto tempo sentado na bike, o restante já estará no modo automático, e aí entra o lado psicológico. Sempre tenha pensamentos positivos, ou seja, a frase “nossa, ainda faltam tantos km” não é bem vinda, procure remodelar a frase para “agora só faltam tantos km”, pois não parece, mas muda muito a quilometragem…

Só pra constar, sou diabético melitus, e tenho hiperglicemia, ou seja, as taxas de açúcar estão geralmente acima do que é o ideal, e quando elas estão muito altas, sofro com cãibras a partir dos 50km, mas isso não me impede de buscar superar meus limites, procuro apenas controlá-la melhor em dias anteriores a grandes pedais, e quando isso não é possível, já conhecendo meu organismo, trabalho o giro do pedal em cadência mais alta para evitar picos de força que possam servir de gatilho para ela (a cãibra), e reponho com cápsulas de sais minerais, o que é perdido de 60 em 60km aproximadamente.

No mais, procure sempre se divertir, estar alegre e motivado, pois será muito importante chegar ao final com energia para programar o próximo.

*Adalberto Lima

Adalberto Lima – ciclista amador, proprietário da Betinho Bikes, participante do Desafio dos 200 de MTB de 2015 a 2021, idealizador do “Desafio Kta-Piuma”(310km de MTB em 24h)

**post atualizado em janeiro de 2022

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